É preciso executar ações que elevam processos pedagógicos e humanos

De acordo com Peter Senge, no livro A Quinta Disciplina“as organizações só aprendem através de indivíduos que aprendem”. Citação que serve de encaminhamento para a reflexão sobre a importância da gestão de projetos educacionais, posto que a noção de aprendizagem refere-se à regência entre saberes e práticas, e ao contínuo processo de aperfeiçoamento social.

Todavia, conforme salienta o Project Management Institute, todo projeto é “um empreendimento único, com início e fim determinados, que utiliza recursos e é conduzido por pessoas, visando atingir objetivos predefinidos”.

Porém, quando discorremos sobre gestão de projetos educacionais, incontáveis desafios testam essa apreciação. Como as adversidades de planejamento. Programas que são iniciados sem a definição de metas e prazos. E a carência de recursos financeiros e humanos para a concretização de atividades pedagógicas.

Contrariedade que nos direciona para a colocação de Dácio Moura e Eduardo Barbosa, na obra Trabalhando com projetos: Planejamento e gestão de projetos educacionais. Pois se faz necessário “coordenar e executar ações voltadas para melhoria de processos educativos e de formação humana, em seus diferentes níveis e contextos”

Outra problemática envolvida nessa redoma é a supressão do engajamento entre professores e profissionais da educação. Esse absenteísmo que compromete o pleno êxito curricular. Como demonstrou um estudo da FGV, “A falta faz falta?”, para cada duas ausências de um docente, alunos declinam 0,14 ponto no SARESP — a prova do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo.

É claro que, diante dessas constatações, nem tudo é de responsabilidade dos professores, porquanto há transtornos sistêmicos no país: vide a baixa assistência familiar, a formação insuficiente de muitos pais, a pobreza, a violência, e escolas sem infraestrutura. 

Logo, visando a superação desses distúrbios, instituir um regulamento tático é tarefa elementar. Em razão de que com planejamento, aplicação e observações sucessivas, torna-se exequível a realização de intervenções reparadoras — caso necessário.

É sobre “conhecer exatamente qual a função que o trabalho a ser executado deve preencher”. Dado que “pensar em um projeto é, antes de tudo, pensar no seu objetivo e só depois definir maneiras de alcançar esse objetivo”, segundo a interpretação dos já citados Dácio Moura e Eduardo Barbosa.

Sabendo, então, que para uma efetiva gestão de projetos educacionais deve-se considerar diferentes atores, exige-se, também, a consumação de estratégias que alavancam metodologias, suscitam engajamento e multiplicam resultados.

Além disso, capacitar profissionais da educação, promovendo cursos, treinamentos e condições de aprendizagem contínua — como experiências que analisam práticas docentes —, são ações que amparam o progresso acadêmico e minimizam a ocorrência de complicações. Iniciativas que impulsionam o sucesso didático-pedagógico e a transmissão de concepções emancipatórias.